27.12.14

O 1º Natal de muitos



Tenho uma amiga divorciada - mãe, que me diz que o primeiro Natal sem eles, é o que custa mais.
Passámos a consoada os quatro. Eu e eles. Este ano não fiz doces, nem passei horas na cozinha. Não fiz aquelas compras de Natal para ter na mesa. A minha vizinha trouxe um bolo rei, que só hoje foi aberto. O jantar foram hamburguers grelhados que os miúdos comeram com satisfação. 

Os meus rapazes foram para a cama mais tarde. Brincaram com os brinquedos novos e quando o sono chegou, caíram na cama e adormeceram. Mas antes disso, fizemos o habitual. Deixámos os sapatos em cima do fogão, um copo de leite e bolachas para o pai Natal. A diferença é que este ano não foram cinco sapatos, mas quatro sapatos.

A manhã tão esperada pelos miúdos chegou. Abriram os presentes. E depois disso, o pai chegou para os levar.
Beijei-os, fechei a porta e fiquei sentada no sofá. Olhava para o chão de brinquedos e papel rasgado. E não aguentei. Armei-me em chorona.

Passei o dia de Natal sem eles e sozinha. Tinha pensado em dormir a tarde toda, mas não consegui. Tomei um banho demorado e descansei o corpo. Enquanto descarregava o cartão de fotografias, olhava para o A. radiante e feliz com um simples balão preso no seu braço pequenino.
Por momentos pensei, que seria muito bom se nós adultos ficássemos igualmente fascinados e felizes com um simples balão. Talvez tudo fosse menos complicado e mais colorido.


27.11.14

Prenúncios


Num dos meus raros sonhos noturnos, vejo-me com uma aliança no dedo. Uma aliança prateada com um sol gigante gravado. Um sonho é sempre um emaranhado de toda a nossa vida, mas enquanto tomava banho pela manhã, não pude deixar de me lembrar deste simbolo tão presente nestas imagens.  

Quem sabe este não possa ser um prenúncio de felicidade futura. Na verdade, continuo a ser uma romântica e continuo a acreditar em amores felizes.

[Imagem tirada da net]

26.11.14

I´m in Love # 3


Adoro a coleção da Oysho deste Outono - Inverno. Se o dinheiro não fosse um problema, perdia-me nestes pijamas quentinhos. Até a lingerie deles é gira, gira. Ora jovial, ora atrevida. Enfim...uma perdição. Só não tenho como me perder, e provavelmente ainda bem que assim o é. 







9.11.14

Casas onde seria feliz # 2










[ imagens tiradas da net ]

8.11.14

Divagações


Torna-se inevitável não pensarmos nas situações reais. É inevitável não olhar para a vida dos outros, por vezes tão piores que as nossas. Não há dúvida que prestamos mais atenção a certas coisas quando a  vida não nos corre de feição. Quando ela mesma parece não sair do mesmo lugar.

Tenho de dizer que admiro profundamente certas pessoas. Admiro as mulheres que estão sozinhas com os filhos sem qualquer ajuda. Mulheres que são mãe e pai, todos os dias. Mulheres que vão à luta e que se for preciso deixarem de comer para dar aos filhos, o fazem sem hesitar ou se lamentarem.

E há tanto lamento, para mães que têm (quase) tudo. Ou porque não dormiram uma ou outra noite. Ou porque o marido até chegou tarde do trabalho, mas ainda assim leu histórias aos filhos antes de adormecerem. Ou porque até têm empregada que as poupa das tarefas domésticas mais chatas, mas ainda assim a vida é um tédio. 

Admiro quem dá uma segunda chance, ou terceira, ao amor. Admiro quem casa uma segunda vez. Admiro quem volte a viver debaixo do mesmo teto com alguém que ama. Sempre disse que se algum dia me separasse, que não voltaria a casar. Que não voltaria a deixar o romance morrer, pela rotina dos dias na partilha de um lar e de uma vida.
Mas eu sei, não devemos dizer - Nunca e Sempre.

Admiro quem dá uma oportunidade ao amor com bagagem. Admiro as famílias reconstituídas em que há vários filhos de cada lado e ainda assim com todo o esforço que isso implica, a relação até resulta. Um amor com uma bagagem grande requer tanta energia entre outras tantas coisas, que nem sempre se aceita ou se está à altura desta realidade. Não sei o que a vida me reserva, ou o que tem destinado para mim, mas sei que talvez eu mesma não soubesse gerir um amor assim, um amor de bagagem grande.

Admiro quem não tem medo de falar de amor, mesmo com o coração esfarrapado. 
Admiro quem venceu todos os obstáculos e vive hoje um amor feliz. 


6.11.14

Ciclos


Os ciclos da vida podem ser realmente transformadores. Tudo o que nos acontece, não há dúvidas que nos muda para sempre.
Há ciclos que terminam catastroficamente. Há outros que começam de igual forma. Mas no fim, tudo vai dar ao caminho certo para nós. 

Os ciclos que nascem de novo trazem-nos também coisas boas, trazem-nos ar puro, um sopro do deserto, uma brisa de mar. Nem sempre os dias começam bem. Nem sempre nos esquecemos do que dói, mas cada vez mais se chora menos, cada vez mais apreciamos os dias bonitos de sol e valorizamos as pequenas coisas, como ter leite ou iogurtes no frigorífico que nunca conhecemos tão vazio.

Surgem amigos novos, aproximamo-nos de outros, passamos horas ao telefone com amigas que nos ouvem rir e chorar, sorrimos ao ler sms bons de surpresa e aparecem-nos pessoas que temos a sensação que sempre as conhecemos, talvez noutra dimensão...

Este último ano tem sido realmente transformador na minha vida. O meu filho grande diz-me que temos um carro velho e pequenino e que só cabemos os quatro. Eu digo-lhe que pelo menos temos um carro e não precisamos de andar de transportes públicos. Acho que ele aos poucos, vai assimilando isto. Um dia destes parou um carro maior, um jipe ao nosso lado, que rangia de tão velho.

Ele disse-me: Ó mãe, este carro ainda é mais velho que o nosso, mas continua a andar.
É isto, valorizar o que importa e o essencial. O resto, desvanece-se.


30.10.14

Diálogos soltos


- As fotografias que estão nas molduras onde apareço, não as mandes fora.

- Claro que não vou deitar fora as fotografias onde apareces com os miúdos. Serás sempre o pai deles.

- Eu falo das outras em papel onde tu estás, se não as quiseres, dá-mas.

- Mas para que queres as fotografias?

- Apesar de já não sermos um casal, fizeste parte da minha vida durante 13 anos e no fundo farás sempre parte da minha vida, pois és a mãe dos meus filhos.

- Está bem.


Saio do carro. A porra das lágrimas caiem-me debaixo dos óculos escuros.
Eu já aceitei o fim do meu casamento, só ainda não aceitei esta dor que dói que se farta. Ainda não aceitei esta dor, sem mágoa e revolta.

E eu sei bem o que isto significa.


29.10.14

Palavras de quem passa...


" Não penses assim, simplesmente não existe 1 pessoa certa para cada um de nós, existem várias para diferentes momento da nossa vida."

" Oi, Jardim!
Acredito que o amor nasceu para ter final feliz. Chegará o verdadeiro, acredite! ;) Um abraço! " 


" O amor não tem a ver com karma nem com nada que se conheça. Simplesmente acontece. E, às vezes, não tem fim. " 

" Talvez este sonho tenha representado o teu estado atual e inconsciente...a dor da decepção e a forma abrupta com que a felicidade se desfez. Não acredito que seja um karma, mas uma forma de limpeza mental das emoções do presente. " 

" Uma situação nada fácil. Espero que consigas resolvê-la da melhor forma e que ele melhore logo. Nestes momentos dá um aperto o virtual não ser mais próximo, mais real, de certeza que muitas de nós te daríamos a mão se estivéssemos ai pertinho. beijinho grande* " 



As vossas palavras e os vossos gestos, apertam-me o coração de gratidão e estima. Obrigada a vós, a quem me ajuda mesmo não me conhecendo pessoalmente. Obrigada, mesmo.


27.10.14

Nós


Acordo antes das 06h.
Mais uma vez, o filho do meio passa a noite com febre. Eu digo que ele é uma força da natureza, porque tem uma vida e uma energia maior que ele, mas depois na saúde qualquer coisa o deita abaixo.
Semana sim, semana não, tem de ter sempre qualquer coisa. Ou é a garganta, ou é os ouvidos, ou é outra coisa qualquer.
Hoje tenho dois compromissos relacionados com emprego e nem sem ainda como vou gerir a situação. 
É por isto, que me pergunto vezes sem conta como vou conseguir voltar a trabalhar. Sinto-me derreada quando os vejo doentes.

23.10.14

Agridoce





Há muito tempo que não me lembrava de sonhar. Esta noite, passei-a em sonhos e imagens na minha cabeça. Tal como na vida, acordei com um sabor agridoce na alma. 
Sonhei que encontrei um homem elegante, bonito e que me fazia surpresas. Enchia-me de surpresas. 

Este homem bonito fez apaixonar-me por ele, conquistou-me e levou-me para a sua vida. De repente vi-me numa casa grande de madeira, daquelas que tanto gosto, com uma barulheira infernal de miúdos a saltar de um lado para o outro. Eram supostamente os nossos miúdos, mas não os meus da vida real.

Aparentemente tudo perfeito. Um homem atencioso, uma casa gira e vários filhos. E eu a gostar de sonhar tudo isto. 
Mas quase do nada, tudo se inverteu. Descobri entretanto, que ele era um assassino. 
Acordei sobressaltada e antes da hora habitual.
Eles os homens, conquistam-me e encantam-me, mas depois de me terem a alma e o coração, há sempre algo que não corre bem. 
Será que o meu karma é este? Não ter finais felizes no amor? 

[ Imagem tirada da net  ]


19.10.14

Mais que palavras


às vezes não tens na ponta da língua a resposta que os outros esperam de ti como uma faca pronta a cortar o pão ou outra a barrar manteiga. às vezes uns sapatos espalhados pelo chão são só uns sapatos espalhados pelo chão. às vezes vestes a tua melhor roupa para ir só ao supermercado. às vezes chove no dia do teu casamento e nem por isso tens mais sorte e és mais feliz. às vezes sonhas filhos cor de rosa e eles saem cheios de espinhos e ensinam-te a arte da poda. às vezes estás cheio de sede enches um copo até a cima e esqueces-te dele em cima da bancada porque o telefone tocou e do outro lado alguém te saciou. às vezes quer-te quem não desejas. às vezes desejas quem não te quer. às vezes tudo coincide e nenhuma das coincidências é por acaso. às vezes tens o plano perfeito, estudaste o alinhamento ao milímetro, desenhaste o trajeto do caminho a régua e esquadro e antes de começares já tudo falhou. às vezes procrastinas, sais de mãos à abanar para o destino, tocas de ouvido e és aplaudido de pé na plateia da vida. às vezes era ali mesmo que ficavas num segundo que podia significar a tua eternidade. às vezes um segundo foi a eternidade que te bastou. às vezes tens a respiração ofegante só porque subiste uma escada e já nem te lembras em que ano foi que dormiste bem toda uma noite. às vezes perdes o fôlego e dás graças a uma divindande que desconheces por teres podido viver aquele momento. às vezes estás no sitio certo à hora certa com a pessoa certa. outras vezes o universo troca-te as voltas só para te fazer voltar a tentar de novo.

Aqui.

9.10.14

Dos dias



Os meus 39 já cá cantam.
Um dia passado com os meus amores pequeninos. Desde que me lembro, foi o aniversário mais triste que tive. Mas quem sabe os 40, cheguem depois mais tranquilos e mais alegres.

Há quem faça as limpezas da Primavera. Eu faço as limpezas de Outono. 
Arrumo as gavetas e roupeiros dos miúdos. O A. deixou tanta roupa para trás que já não lhe serve. Vendi alguma e dei outra tanta a uma família desempregada com dois filhos pequenos. É sobretudo nos momentos de dificuldades, que sentimos que ajudar alguém pode fazer tanta diferença. 

Limpo paredes. Arranjei um produto para a humidade que é um espetáculo. Tudo sai com facilidade, não fica aquele cheiro tóxico da lixívia e na verdade é tão bom que o azul regata do quarto do G. ficou com borrões azul turquesa. 

Olho para os borrões e vejo-os como pingos de chuva. Mas sem stress, logo desaparecerão quando a parede for pintada.




2.10.14

Pouco Tolerante


Nesta altura da vida, não me calo. Em duas semanas já escrevi em dois livros de reclamações, mais do que em toda a minha vida inteira.
Hoje foi na nossa querida Segurança Social. Para além da linha verde ser uma autêntica fachada, porque nunca atendem, hoje ia caindo para o lado quando passado quase 4 meses de ter requerido um subsídio, me dizem que os papéis não deram entrada porque não os encontram.

Um requerimento que foi feito em inicio de Junho e ao qual me têm dito que está atrasado. Se por acaso hoje não fosse lá, não sabia de nada. O tempo expirava e seria mais um subsídio para o bolso deles. 
E ele faz cá falta é deste lado. 

Portanto, papéis perdidos, mais papéis novos preenchidos e um livro de reclamações com a minha letra para recordação. É por esta e por outras que isto não anda para a frente! Só que agora não me calo com incompetências e maus serviços. Estou resmungona e muito pouco tolerante. 
Saiam da frente!

30.9.14

I´m in Love # 2


Adoro a roupa da Modalfa e esta coleção de Outono e Inverno, é realmente a minha cara.










29.9.14

A caminho dos 39


A poucos dias dos meus 39. É assim que me sinto.


[ Imagem tirada net ]


28.9.14

Desígnios




Será que existe mesmo essa coisa dos desígnios? Será que cada um de nós já tem o seu desígnio escrito? Será que independentemente das escolhas ou decisões que tomamos, das direções que fazemos, dos atalhos que percorremos, será que no fim de tudo o ponto de chegada será sempre o mesmo?

É sobretudo nos momentos de crise, nos momentos baixos da vida, que me questiono sobre esta coisa do desígnio ou destino. Quando um casamento chega ao fim, se existem culpas, essas nunca podem ser atribuídas só a um, mas sim aos dois envolvidos. Contudo não deixo de sentir o fim do meu casamento, como um falhanço pessoal.

Há dias em que me pergunto, sobre o que deveria ter feito e não fiz. Sobre aquilo que devia ter dito e não disse. Sobre o que deveria ter aceitado ou não. Depois há os outros dias em que simplesmente penso que provavelmente aconteceu o que tinha de acontecer. 
Dias em que penso que o destino do meu casamento era este. Que teríamos bons momentos, maus momentos e três filhos em comum. Mas depois disso, chegaria ao fim.

Há dias que custam demasiado. O comer do prato enjoa-me. A tolerância falta-me. A esperança foge-me. O coração pesa.


25.9.14

Do nome : HENRIQUE


Tenho de confessar que sempre achei piada ao Enrique Iglesias. Ainda ele era pequenino e eu sempre achei o Enrique um giraço.
Depois também acho que o nome lhe fica muito bem. Há aqueles nomes que parecem que combinam na perfeição com a própria pessoa. Aqueles nomes que somos nós, sem dúvidas. Que foram feitos para nós.

De nome Henrique, só vejo homens altos e morenos. Não sei porquê, mas não me encaixa homens louros com este nome. Tive um único amigo de nome Henrique. Ele tinha à vontade 1,80mt e muitos, era moreno, tinha cabelo e olhos escuros. Um exótico Henrique.

Quando engravidei do meu primeiro filho e tivemos a confirmação que era um menino, sabíamos de antemão que seria um Henrique. Nasceu o meu menino de olhos e cabelo escuro com 52 cms. 
Os anos passam. Continua moreno e grande. Foi medido a semana passada na escola e com 10 anos feitos este ano, mede 1,59mt de altura.  

Por isto e por outras tantas coisas, acredito que lhe escolhemos o nome certo. 


21.9.14

Dos seus 3 anos







O meu filho do meio está fantástico, como eu lhe costumo dizer. Ele é fantástico!
Enérgico, falador, expressivo, rebelde, mas também muito meigo. 
Este ano devido a toda uma alteração de vida e rotinas, o G. não teve uma festa de aniversário com bolos e doces, mas tivemos um dia bom e tranquilo. 

Tirámos o dia para nós. Fomos ver os bichos, tirámos fotografias e andámos de baloiço. Até eu, andei de baloiço. 
Almoçámos comida de "plástico" no famoso MC. Cantámos os parabéns com os vizinhos do lado, que têm sido mais que um ombro amigo e o G. apagou a sua vela número 3 com um bolo simples feito por mim. 

Um dia calmo que se preze e apesar de toda a simplicidade o G. estava bem disposto e alegre. E isso para mim é o que me basta.


16.9.14

Em véspera



Há coisas que não esquecemos, especialmente por serem as primeiras. Em véspera do seu terceiro aniversário, o meu pequeno G. puxou-me a camisola, pediu-me para ver o dói-dói e deu-me um beijinho no dói-dói para passar. Depois fez-me festas nas minhas bochechas e disse-me que sou Linda.

Há lá coisa melhor que esta? Não creio que haja.
Um dia vou ter saudades disto. Tantas. Parece-me que agora, é como sentisse ainda mais todos estes simples e pequenos gestos dos meus filhos. 

E amanhã o G. já faz três anos. Passa tão rápido !


O que não se diz


Ontem faríamos 13 anos de casados. Quer dizer, legalmente são 13 anos de casamento.
Lembrei-me deste dia quando no dia anterior preparava as mochilas dos miúdos, mas não disse nada a ninguém. 
Fingi que este dia era um dia igual aos outros. No fundo, lembrei-me só para mim.
Dele, recebi um mail a dizer que o abono dos miúdos ainda não tinha caído na conta.

Falo com o coração revoltado e sei que por uns bons tempos é assim que ele andará. De costas voltadas.
Mas há-de passar um dia. Assim espero.



8.9.14

Mescla


É impressionante, mas vamos descobrindo e tendo cada vez mais a certeza que há momentos em que o nosso coração e o nosso ser transborda de sentimentos menos nobres.
Hoje é o que sinto. Sinto-me cheia de sentimentos menos bons e que pesam uma tonelada aqui dentro. 

Quanto é que um pai supostamente deve dar como pensão de alimentos, por cada filho? Eu sei que cada caso é um caso, mas acho que gostaria de ouvir histórias de mulheres que vivem o mesmo que eu, porque ou eu estou a sonhar ou há quem viva realmente noutro mundo.

Quem quiser partilhar a sua história comigo, ficarei imensamente grata.

[ jardimdechuvaprateada@gmail.com ]




7.9.14

Um dia vou querer # 3



Fazer uma sessão fotográfica profissional, com os meus três meninos.

[Imagem tirada da net]




29.8.14

Para pensar sobre...


«Há coisas que achas que precisas para viver. Coisas que meteste na cabeça, mas que acabam por te pesar muito. Para teu grande alívio, vais descobrir que há 5 dessas coisas que não precisas mais:
- Não precisas de estar tão seguro.
Não precisas de ter todas as respostas, fazer tudo certo ou ter sempre razão. É espantoso, mas se falhares, o mundo não acaba. Uma critica não vai dizer toda a verdade sobre ti. Podes-te rir de ti mesmo e podes aprender coisas que não sabias.

- Não precisas de te preocupar tanto. Não precisas de carregar o mundo nos teus ombros. Não precisas de pensar em tudo o que pode correr mal. O que tiver que acontecer acontece, e o facto de te preocupares não muda rigorosamente nada. Só te dá cabelos brancos. Quando chegar alguma dificuldade, aí arregaças as mangas. Entretanto, podes desfrutar cada dia com os belos cabelos que tens.

- Não precisas de ser o melhor. Não precisas de provar nada a ninguém. Não precisas de ser especial. Não depende de ti seres o melhor da sala. De ti depende apenas dares o teumelhor. Deixa-te de ambições desmedidas e aproveita ao máximo os talentos fantásticos que já tens.

- Não precisas de culpar o teu passado.
Não precisas de te lamentar pela tua infância infeliz, relações falhadas ou como ninguém te percebeu.
Surpresa: O passado já passou. O que fazes hoje é uma escolha tua, não tens que viver como vivias. O teu passado foi importante e tornou-te quem és hoje. Podes agradecer as coisas boas e desfrutar o presente.

- Não precisas de mais nada para seres feliz.

Não precisas de viver sem problemas. Não precisas que te corra tudo bem. Nada nem ninguém está responsável por te fazer feliz. Isso é trabalho para ti. A felicidade não é uma utopia, é uma coisa concreta para a tua vida. Podes começar já hoje a viver mais feliz. É só começar.»





I´m in Love # 1


É inevitável, os nossos gostos mudam. E ainda bem. 
Não sei se é por viver uma fase cinzenta da minha vida e precisar ao mesmo tempo de muita tranquilidade e paz, mas sinto-me apaixonada pela conjugação de cinza e branco. Gosto destas duas cores em qualquer divisão de uma casa, até em quartos de criança eu acho que fica uma ternura.

Já sei que se precisar de comprar uma cama nova para mim, não tenho dúvidas que será branca ou em tons claros.

E vocês, gostam?










[ Imagens tiradas da net ]

28.8.14

Um dia vou querer # 2



Fazer um curso de Reiki.
Aprender a libertar-me de tudo aquilo que já não me permite evoluir. Sejam bens ou pessoas. Praticar o desapego, de tudo aquilo que já não me faz falta. Aceitar e deixar partir, o que não tem de ficar comigo.


26.8.14

Prenúncio


Um computador com alguns discos. Um curto-circuito e tudo morreu. Foi assim, com o computador cá de casa. Fiquei sem nada de há [10] anos atrás. Fiquei sem qualquer fotografia dos miúdos. De quando nasceram, de quando tomaram banho pela primeira vez ou mesmo quando comeram à colher. Ficam para atrás os risos, os momentos felizes, os bolos de aniversário e o apagar de velas. Parece que ainda nem acredito. Há uns Cds com fotografias do meu rapaz mais velho, mas dos outros dois não há nada.  

A verdade é que foi tudo limpo, como se não tivesse existido. Como se não precisasse de ser visto ou recordado. Como se de facto, tudo começasse agora. Do zero.
Terá sido isto um prenúncio? Se sim, resta-me saber se será bom ou mau.


25.8.14

Deus

Não casei pela igreja, não baptizámos os miúdos, nem vou à missa. 
Mas todas as noites quando tudo já dorme, falo para alguém, para ele ou para o meu anjo da guarda, para me dar força, ânimo e para me ajudar no caminho. 

23.8.14

14


14 meses de ti. Tens 4 dentes e começaste agora a andar sozinho.
A chucha continua a não dizer-te absolutamente nada. Por isso, já sei mesmo que nunca irás gostar de chucha. A sopa continua a ser um castigo, mas as noites parecem melhorar. 
Exploras o teu mundo e és capaz de te entreter sozinho durante algum tempo, sem que te aborreças. 
Gostas de tirar roupa das gavetas e alguidares dos armários.
Gostas de música e de bolachas.
Gostas de colo e de cócegas.

E eu gosto tanto do teu sorriso, meu bebé mais pequenino. 


22.8.14

Um dia vou querer # 1



Tatuar o nome dos meus três filhos no corpo. Eles não sabem, mas exaltam em mim a minha força escondida. É por eles, que continuo a levantar-me todos os dias de manhã. São eles as minhas estrelas!


[Imagem tirada da net]


21.8.14


Como é que se Esquece Alguém que se Ama?
Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está? 

As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar. 
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução. 
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha. 
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado. 
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar. 

Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'


18.8.14