31.1.16

Adeus, Janeiro



Este mês chega ao fim e estes foram alguns dos nossos momentos de Janeiro.

E o post mais lido durante estes 31 dias, foi o Amor é outra coisa.
Deverei supor que os meus leitores, também pertencem à categoria de pessoas (muito) românticas?

Até já.


12




12 anos de ti.
Um menino ora rapaz, com pêlos a crescer e a voz cada vez mais grave.
Dizes-me que sou chata e a cada dia tens mais o teu mundo, os teus gostos e interesses onde tenho a sensação que já não entro. Cada vez me parece mais difícil chegar a ti. Não me dás beijos sem que eu tos peça, ou tos dê. Eu sei, a adolescência é tramada! E eu anseio que no meio de tantos avisos e conselhos que te dou, que algo fique retido dentro de ti.

Sei que na tua própria forma de expressares, ou não, o que sentes, no fundo eu sei que és um menino com um bom coração. E espero que assim o mantenhas e não o percas.

Crescer, dói. Eu sei e tu vais sabendo, aos poucos. Mas acredita-me, dentro das coisas que não correm como queremos ou esperamos, existem outras possibilidades, milhentas maravilhas para apreciar e viver.

Foste um bebé muito desejado, mesmo antes de existires. Quero que saibas, que desejo sempre o melhor para ti, mesmo quando te digo que - Não.
Amo-te sempre, mesmo naqueles dias em que não conseguimos dialogar, nem tão somente ouvir-nos.

Parabéns, meu Amor. Estás crescido!
Sê grato, pelas coisas boas que tens.


28.1.16

I´m in Love # 4


Tenho uma adoração enorme por alpendres. Sempre tive. Especialmente os rústicos, em casas típicas de madeira. É daqueles espaços, ainda que possam representar alguma melancolia, a mim pelo menos transmitem-me tranquilidade, paz, descanso e afetos. 
Mantendo eu a máxima de que nunca devemos deixar de sonhar, posso imaginar-me velhinha, numa cadeira de baloiço a ler um livro, a esperar com um abraço caloroso por quem possa amar ou ter a minha família grande, com filhos e netos, todos juntos numa mesa em amena cavaqueira e numa estrondosa almoçarada, num dia bonito de Primavera.









( Imagens tiradas da net )

27.1.16

As mulheres têm fio desligados


Há uns tempos a Joana,
- Pai, acabei um namoro à homem.

Perguntei como era acabar um namoro à homem e vai a miúda

-Disse-lhe o problema não está em ti, está em mim.

O que me fez pensar como as mulheres são corajosas e os homens cobardes. Em primeiro lugar só terminam uma relação quando têm outra. Em segundo lugar são incapazes de

- Já não gosto de ti
de
- Não quero mais
chegam com discursos vagos, circulares
- Preciso de tempo para pensar
- Não é que não te amo, amo-te, mas tenho de ficar sozinho umas semanas
ou declarações do género de
- Tu mereces melhor do que eu
- Estive a reflectir e acho que não te faço feliz
- Necessito de um mês de solidão para sentir a tua falta
e aos amigos
- Dá-me os parabéns que lá me consegui livrar da chata
- Custou-me mas foi
- Amandei-lhe daquelas lérias do costume e a gaja engoliu
- Chora um dia ou dois e passa-lhe
e pergunto-me se os homens gostam verdadeiramente das mulheres. Em geral querem uma empregada que lhes resolva o quotidiano e com quem durmam, uma companhia porque têm pavor da solidão, alguém que os ampare nas diarreias, nos colarinhos das camisas e nas gripes, tome conta dos filhos e não os aborreça. Não se apaixonam: entusiasmam-se e nem chegam a conhecer com quem estão. Ignoram o que ela sonha, instalam-se no sofá do dia a dia, incapazes de introduzir o inesperado na rotina, só são ternos quando querem fazer amor e acabado o amor arranjam um pretexto para se levantar
(chichi, sede, fome, a janela de que se esqueceram de baixar o estore)
ou fingem que dormem porque não há paciência para abraços e festinhas,
pá, e a respiração dela faz-me comichão nas costas, a mania de ficarem agarradas à gente, no ronhónhó, a mania das ternuras, dos beijos, quem é que atura aquilo? Lembro-me de um sujeito que explicava
- O maior prazer que me dá ter relações com a minha mulher é saber que durante uma semana estou safo
e depois pegam-nos na mão no cinema, encostam-se, colam-se, contam histórias sem interesse nenhum que nunca mais terminam, querem variar de restaurante, querem namoro, diminutivos, palermices e nós ali a aturá-las. O Dinis Machado contava-me de um conhecedor que lhe aclarava as ideias
- As mulheres têm fios desligados
e um outro elucidou-me que eram como os telefones: avariam-se sem que se entenda a razão, emudecem, não funcionam e o remédio é bater com o aparelho na mesa para que comecem a trabalhar outra vez. Meu Deus, que pena me dão as mulheres. Se informam
- Já não gosto de ti
se informam
-Não quero mais
aí estão eles a alterarem a agressividade com a súplica, ora violentos ora infantis, a fazerem esperas, a chorarem nos SMS a levantarem a mãozinha e, no instante seguinte, a ameaçarem matar-se, a perseguirem, a insistirem, a fazerem figuras tristes, a escreverem cartas lamentosas e ameaçadoras, a entrarem pelo emprego dentro, a pegarem no braço, a sacudirem, a mandarem flores eles que nunca mandavam flores, a colocarem-se de plantão à porta dado que aquela puta há-de ter outro e vai pagá-las, dispostos a partes-gagas, cenas ridículas, gritos. A miséria da maior parte dos casais, elas a sonharem com o Zorro, com o Che Guevara ou eles a sonharem com o decote da vizinha de baixo, de maneira que ao irem para a cama são quatro: os dois que lá se deitam e os outros dois com quem sonham. Sinceramente as minhas filhas preocupam-me: receio que lhe caia na sorte um caramelo que passe à frente delas nas portas, não lhes abra o carro, desapareça logo a seguir por chichi-sede-fome-persiana-mal-descida-e-os-ladrões-percebes, não se levante quando entram, comece a comer primeiro e um belo dia
(para citar noventa por cento dos escritores portugueses)
- O problema não está em ti, está em mim
a mexerem na faca à mesa ou a atormentarem a argola do guardanapo, cobardes como sempre. Não tenho nada contra os homens: até gosto de alguns. Dos meus amigos. De Shubert. De Ovídio. De Horácio, de Virgílio. De Velásquez. De Rui Costa. De Einzenberger. Razoável, a minha colecção. Não tenho nada contra os homens a não ser no que se refere às mulheres. E não me excluo: fui cobarde, idiota, desonesto.
Fui
(espero que não muitas vezes)
rasca.
Volta e meia surge-me na cabeça uma frase de Conrad em que ele comenta que tudo o que a vida nos pode dar é um certo conhecimento dela que chega tarde demais. Resta-me esperar que ainda não seja tarde para mim. A partir de certa altura deixa-se de se jogar às cartas connosco mesmos e de fazer batota com os outros. O problema não está em ti, está em mim, que extraordinária treta. Como os elogios que vêm logo depois: és inteligente, és sensível, és boa, és generosa, oxalá encontres etc., que mulher não ouviu bugigangas destas? Uma amiga contou-me que o marido iniciou o discurso habitual
- Mereces melhor que eu
levou como resposta
- Pois mereço. Rua.
Enfim, mais ou menos isto, e estou a ver a cara dele à banda. Nem uma lágrima para amostra. Rua. A mesma lágrima para amostra. Rua. A mesma amiga para uma amiga sua
- O que faço às cartas de amor que me escreveu?
e a amiga sua
- Manda-lhas. Pode ser que lhe façam falta.
Fazem de certeza: é só copiar mudando o nome. Perguntei à minha amiga
- E depois de ele se ir embora?
- Depois chorei um bocado e passou-me.
Ontem jantámos juntos. Fumámos um cigarro no automóvel dela, fui para casa e comecei a escrever isto. Palavra de honra que na janela uma árvore a sorrir-me. Podem não acreditar mas uma árvore a sorrir-me."


26.1.16

Deste Janeiro...

























Os dias de férias terminaram. Dormi mais sem dúvida, embora o descanso com 3 príncipes em casa é quase nulo.
Aproveitei algumas abertas no céu para apanharmos ar e deixá-los ser felizes.
Nos outros dias, ficámos no quente do nossa casa a ver a chuva cair. Os pequenos sentados na marquise, gostam de ver as gotas de água a bater nos vidros das janelas. 

O meu pequeno A. foi pela primeira vez ao cabeleireiro. Tenho sido eu a cortar-lhe os caracóis, mas achei que estava na altura do miúdo ter um corte decente.

Assumida como fã de golas, recebi uma linda de presente, que é a minha cara. 
Invadida por tosse e mais tosse, enchi-me de chá de gengibre, limão e canela por estes dias. Soube entretanto pela S., que tem outros benefícios porreiros para quem quer manter a linha.

Ter mais tempo, implica ter também mais liberdade para o fazer e o resultado é certamente comer melhor, ou mais saudavelmente. Algo a constatar em mim - preciso de comer mais legumes.
Emprestaram-me o livro, Comer, Orar e Amar, mas ainda não consegui começar a lê-lo. Já tinha visto o filme, o qual adorei na altura.

Voltámos à rotina e hoje quando deixei o G. na escola, o meu pequeno disse-me baixinho entre dentes - Mãe, hoje não me vou divertir. 


22.1.16

Era uma vez...








Era uma vez, dois patos, num pequeno lago algures nos arredores da cidade. 
Dois patos e o amor, à luz do dia para quem os quisesse ver.
Era uma vez...


21.1.16

Conversas entre Mulheres # 5





- Não tenho dúvidas que um dia irás encontrar a tua companhia.
- Dizes isso com uma convicção. És bruxa? Prevês o futuro?
Solto uma gargalhada.

- Tens bom coração, és gira e interessante. Acredito que irá aparecer a tua companhia, mas ainda vai demorar. Talvez demore anos.
- Também vês isso, na tua bola de cristal?
- Tens filhos pequenos. Vais precisar de tranquilidade e tempo. Coisa que neste momento não tens. 
- Sim, é verdade. E o meu foco são os miúdos. Serão sempre os miúdos. Venha, quem vier.

- Estes guardanapos são para ti. É para chamar o Amor à tua vida.
Desato-me a rir pela originalidade de me oferecer uns guardanapos e ainda mais a sua explicação.

- Vou guardá-los e só os vou usar, quando o Amor vier. Nem que seja daqui a 10 anos.
Depois conto-te.

Rimos, desalmadamente.


20.1.16

Dele




- Mãe, não mete piada. Porque estás a rir? 
Na casa da tua amiga rias-te, aqui em casa também estás sempre a rir.

- Então, é bom rirmos e sermos bem dispostos, não achas?

- Mãe, mudemos de conversa. Podes-me trazer se faxe favor, uma banana com mel? 
Sabes, o Winnie the Pooh também gosta de mel.



* É inevitável não me rir, das conversas do meu rapaz de 4 anos.


19.1.16

Vamos ao Sonoro # 1



( imagem tirada da net )


E na calha, previsto para 18 de Fevereiro, mês dos namorados, um ano depois do primeiro, as cinquenta Sombras de Grey 2.


Dele




O meu rapaz grande está prestes a fazer 12 anos, no último domingo do mês.
Pergunto-lhe como gostaria que fosse o dia do seu aniversário, ao qual me responde - não sei.
Pergunto-lhe o que gostaria de fazer no dia do seu aniversário, responde-me - não sei.

E eu não sei o que fazer, com tantos - não sei. 

Alguma sugestão?

18.1.16

O clique


Ao ouvir esta música e juntando uma conversa com uma amiga, poderia dar um perfeito post para a minha rúbrica - Conversas entre mulheres. Mas preferi divagar eu, sobre os tais cliques ou com mais sentido e no modo singular, o tal clique

Qual o ideal de homem? Não existe. Podemos ter um cavalheiro educado aos nossos pés, que nos bajula a toda a hora, que faz de tudo para nos fazer feliz ou precisamente o oposto. 
Um brutamontes, que telefona quando se lembra, que não é sensível e que vive no mundo da lua. 
Podemos ter estas duas realidades, mas em nenhuma das duas existe qualquer possibilidade de total entrega feminina, se não houver o clique. Eu falo por mim. Não vou generalizar. Vou falar de mim.

Falo do tal clique. Daquele não sei o quê, que traz consigo um brilho qualquer, uma magia secreta, um feitiço inexplicável. E este dito clique, pode acontecer nas duas realidades : No cavalheiro que é atento aos pormenores ou no brutamontes desligado. É uma mistura de química, átomos, muitos não sei o quê, alinhamento de constelações, forças da natureza e ímans do universo. Não se explica, porque se escolhe uma pessoa e não outra.

O tal clique é o que me faz distinguir sentimentos. É o que me faz querer avançar. Querer mais e arriscar. E curiosamente também isto me leva aos meus 14 anos. Idade em que conheci o meu primeiro amor, em que o clique não chegou logo, chegou mais tarde.
Lembro-me que a sua declaração de amor chegou no Outono. Mas o meu clique, só me atingiu meses depois na Primavera. 
E pensando bem, talvez só tenha chegado porque este meu amor não desistiu de mim.

Lembro-me das minhas jardineiras de ganga. Lembro-me de estar muito calor e estarmos sentados lado a lado. Lembro-me do casaco por cima das nossas cabeças e de olharmos nos olhos um do outro. E beijarmo-nos. Lembro-me que foi neste preciso momento, que o meu clique emergiu. 

Qual o ideal de homem? Não existe. 
O clique tem é de estar lá. Seja ele um cavalheiro que te faz o pequeno almoço, ou um brutamontes que se esquece da data do teu aniversário.




Deste Janeiro...













Levei-os à Quinta da árvore das chuchas. O meu pequeno A. ainda não conhecia.
Adoram os bichos. Os miúdos pulam e correm. Ser mãe de rapazes, é como ter pulgas elétricas que não param um segundo. Haja saúde! 

Estes dias de Janeiro, foram pautados por estar com pessoas amigas de longa data, que já não via há anos. E adorei. Dizem-me que estou na mesma, seja lá isso bom ou mau.
Ter amigos bons, é um autêntico privilégio. 

Porque o essencial está escrito no coração. 


15.1.16

Mais que ouvir - Escutar # 3



* Um almoço com uma amiga de longa data, leva-me sempre a ter 14 anos.
Maravilha!

Ingratidão


In.gra.ti.dão
Substantivo feminino

1. Falta de gratidão
2. Caráter do ingrato
3. Ato hostil à pessoa a quem se deve gratidão

Algo que detesto nos outros e em mim, quando inconscientemente falho.


14.1.16

Conversas entre Mulheres # 4


Há mais de 3 anos que é assim. Vivemos como estranhos na mesma casa. Cada um dorme em assoalhadas diferentes. Eu na cama e ele no sofá, depende de quem chega primeiro.
Falamos o essencial, pelos miúdos. Outras vezes, nem isso.
Não há corpos que se querem, nem afetos por demonstrar. O Amor e a cumplicidade deixou de existir há muito tempo.
Vivemos com um casal, mas somos meramente uns desconhecidos. Um casal que finge perante os outros. Pagamos contas e somos pais. Às vezes, nem isso.

- Tens de dividir o problema, em problemas pequeninos. Digo-lhe.

- Já lhe disse que me quero separar. Mas ele não me ouve, não quer saber e deixa-se ir nesta vidinha. Já penso em sair de casa com os miúdos e largar tudo, mas tenho medo.

- Medo?

- Medo, de não conseguir continuar em frente. Este Natal foi um pesadelo. Estar com a família e fingirmos ser um casal feliz. Comprei uma prenda para os filhos darem ao pai e ele não aceitou. O mais velho começou a chorar e diz que o pai não gosta dele.

-  Achas que isso é benéfico para os miúdos? Consulta um advogado e vê o que podes fazer.

- Sabes que não tenho dinheiro para entrar num litigioso.

- Eu sei, mas tens de começar por algum lado. Ninguém o vai fazer por ti.

- Sabes, sinto-me morta. Já tinha deixado os anti-depressivos, mas acho que vou ter de os voltar a tomar.




* Largar a vida que se construiu durante anos é assustador, mas mais assustador é os anos passarem e um dia olharmos para trás e nos perguntarmos o que fizemos em prol da nossa felicidade ou da nossa paz. 
Ouvi dizer e faz sentido - Pais felizes, filhos felizes. Ainda que os pais tenham de se separar e não vivam juntos.



13.1.16

Pudim de Leite Condensado e Laranja




Não tenho dúvidas que o Inverno desperta em mim, a vontade de ir para a cozinha. No Verão, não tenho vontade de comer tanto, nem de o fazer. Este foi um pudim de um Domingo de chuva.



Pudim de Leite Condensado com Laranja


5 ovos
4 colheres de sopa de açucar amarelo
1 lata de leite condensado
200 ml de sumo de laranja
caramelo q.b.


Barrar com caramelo uma forma de pudim. Misturar e mexer os ovos com o açúcar.
Adicionar o leite condensado e o sumo de laranja. Deitar o preparado numa forma e levar ao forno a 180º por 40/ 50 minutos, dependendo do forno.
Deixar arrefecer e guardar no frigorífico.





12.1.16

Um dia, quando pudermos...



( Imagem tirada da net )


Um dia destes o meu filho do meio, veio mostrar-me imagens de escorregas com muita água. Disse-me eufórico, que queria muito ir ali.
Em tempo passado, diria-lhe provavelmente que quem sabe no verão lá iríamos em família. Mas em tempo presente, só lhes posso dizer que um dia iremos. 

Sei que só posso contar com o que ganho e estas "coisas" que outrora poderiam significar quase que um dado adquirido a curto prazo,  neste momento vejo-as como "sonhos", projetos a longo prazo, promessas e desejos ainda mais sentidos na pele.

Não estou a queixar-me, vivemos com o que temos, aprendemos a viver com o que é possível. Mas basta uma mudança na nossa vida e toda a visão e vivência que temos de nós, se altera.
Não quero dizer que a mudança seja para pior ou melhor, simplesmente muito se altera em vários aspetos.

Dou por mim, a viver muito mais os momentos que a vida me oferece. A valorizar coisas que antes não ligava tanto, talvez por serem frequentes ou mais certas.
Hoje uma refeição fora ou um passeio por mais simples que seja, têm o dobro ou o triplo do valor e do entusiasmo para mim. 
Procuro viver um dia de cada vez e talvez hoje viva muito mais a urgência dos dias. O aqui e o agora.


* Um dia, meu amor, levar-te-ei a escorregar nesses escorregas de água.



11.1.16

O homem da minha vida


O homem da minha vida vai pegar-me ao colo e dizer-me que sou bonita, vai proteger-me, mimar-me, aceitar-me exatamente como sou.
O homem da minha vida vai desejar-me perdidamente, dizer mil vezes o quanto me quer, rir-se da forma como danço e deliciar-se com aquilo que cozinho.
O homem da minha vida vai levar-me a jantar fora, abrir-me a porta do carro e conduzir devagar.
O homem da minha vida vai fazer-me festinhas ao domingo à noite, escolher filmes, tapar-me com uma manta, e sair a meio da noite para me ir buscar comida, só porque sim.
O homem da minha vida vai saber que o meu maior sonho é visitar Moscovo e passear na Praça Vermelha e vai levar-me de olhos vendados até ao avião sem que eu imagine onde irei aterrar.
O homem da minha vida vai ter muitos defeitos, nunca vai conseguir falar no plural, mas vai ser para sempre. Mesmo para sempre.

- Isso existe?
- Não sei. Mas quero voltar a ter 14 anos e quero voltar a acreditar.




Dos outros


Saí da mercearia e voltei a entrar porque me tinha esquecido de uma coisa. 
Percebi que estavam a falar de mim e que o que diziam não era necessariamente mau.
Talvez há dois anos atrás, altura em que eu e o pai dos meus filhos nos separámos, tinha a perseguição parva de que quando olhavam para mim e se ofereciam para me ajudar com os sacos das compras por exemplo, que era por pena. Sentia que olhavam para mim como uma pobre coitada, sozinha com 3 filhos a cargo.

Na maioria das vezes eu dizia - Obrigada e que não era necessário, porque já estava habituada.
Hoje passado este tempo, sei que esta perseguição de acharem que só têm pena de mim, passou.
Hoje sei que há muitos que me admiram e que ainda se sentem mal quando se queixam das suas próprias vidas. 
Por vezes, perguntam-me como consigo. Eu só respondo que tenho de conseguir, porque não há outra forma possível. Felizmente tenho pais presentes e amigos que me dão a mão nos momentos mais complicados.

Dizem que temos a carga que só conseguimos carregar. Talvez seja isso.
O tempo passa e faz com que eu revitalize muitas coisas e valorize cada vez mais outras. Há situações que têm de nos acontecer, para crescermos e evoluirmos. Provavelmente tinha de ser mesmo assim, o desfecho de uma história que em tempos foi de Amor.



10.1.16

Destes primeiros dias de Janeiro...










Fomos ver o rio. Estivemos com amigos. Registámos o arco-íris. 
José e Maria, divertem-se no banho dos miúdos pequenos. 
Fizemos panquecas e guardámos o Natal. Os miúdos voltaram a estar doentes.
Fiz wraps com legumes e delícias do mar. Adoro wraps!  
Tive direito a um dia livre para mim. Refastelei-me numa esplanada com um livro, um café e alguns rasgos de sol. 
E neste Janeiro já fiz algo que não fazia há anos, comi comida asiática.