8.11.14

Divagações


Torna-se inevitável não pensarmos nas situações reais. É inevitável não olhar para a vida dos outros, por vezes tão piores que as nossas. Não há dúvida que prestamos mais atenção a certas coisas quando a  vida não nos corre de feição. Quando ela mesma parece não sair do mesmo lugar.

Tenho de dizer que admiro profundamente certas pessoas. Admiro as mulheres que estão sozinhas com os filhos sem qualquer ajuda. Mulheres que são mãe e pai, todos os dias. Mulheres que vão à luta e que se for preciso deixarem de comer para dar aos filhos, o fazem sem hesitar ou se lamentarem.

E há tanto lamento, para mães que têm (quase) tudo. Ou porque não dormiram uma ou outra noite. Ou porque o marido até chegou tarde do trabalho, mas ainda assim leu histórias aos filhos antes de adormecerem. Ou porque até têm empregada que as poupa das tarefas domésticas mais chatas, mas ainda assim a vida é um tédio. 

Admiro quem dá uma segunda chance, ou terceira, ao amor. Admiro quem casa uma segunda vez. Admiro quem volte a viver debaixo do mesmo teto com alguém que ama. Sempre disse que se algum dia me separasse, que não voltaria a casar. Que não voltaria a deixar o romance morrer, pela rotina dos dias na partilha de um lar e de uma vida.
Mas eu sei, não devemos dizer - Nunca e Sempre.

Admiro quem dá uma oportunidade ao amor com bagagem. Admiro as famílias reconstituídas em que há vários filhos de cada lado e ainda assim com todo o esforço que isso implica, a relação até resulta. Um amor com uma bagagem grande requer tanta energia entre outras tantas coisas, que nem sempre se aceita ou se está à altura desta realidade. Não sei o que a vida me reserva, ou o que tem destinado para mim, mas sei que talvez eu mesma não soubesse gerir um amor assim, um amor de bagagem grande.

Admiro quem não tem medo de falar de amor, mesmo com o coração esfarrapado. 
Admiro quem venceu todos os obstáculos e vive hoje um amor feliz. 


9 comentários:

  1. Foi como disseste, nem sempre nem nunca, ninguém sabe o que irá acontecer amanhã :)

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  2. Concordo com muito do que dizes!

    Também não sei se seria capaz de gerir um amor novo com bagagem... mas creio que teria mais dificuldade em gerir a "minha" bagagem... não é fácil educar o coração a amar de novo, quando se teve o coração feito em pedaços...

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  3. Para além de tudo o que escreveste ... eu admiro-te a ti!
    beijos doces

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  4. Nunca sabemos o que a vida nos reserva, mas quando nos reserva coisas boas devemos aproveitá-las. Um beijinho

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  5. A vida é um mistério, para todos.
    Tens também de te dar valor e ver que também és digna de admiração.
    Bjs

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  6. Obrigada minhas queridas. Vocês são algo de muito bom, por cá. Um beijinho.

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  7. e tens de acreditar no amor, sempre, por mais que tenhas o coração esfarrapado. Esse é o maior segredo e força da vida* (e olha que sei do que falo)
    beijinho grande*

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  8. Meu marido disse que amou pela primeira vez quando tinha mais de 35 anos, apaixonou-se perdidamente logo depois de se separar da primeira mulher com quem ficou desde os 19. Este romance durou quatro anos, foram viver juntos, ainda por cima a mulher tinha um pai endinheirado que ao invés de ser bom, para ele era ruim ter sempre de competir e correr atrás para ir junto com ela nas viagens que o sogro pagava. Depois de um tempo ela lhe deu um pé na bunda que até hoje ele diz não saber o porquê. O marido ficou arrasado...emagreceu ainda mais e jurou nunca mais se casar. Mas a vida dá voltas e ainda bem!
    Beijinhos

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Obrigada, pelas suas palavras.