10.5.16

Conversas entre Mulheres # 9


- Passo a vida a correr. Estou casada há 15 anos e estou desgastada. Saio de casa para trabalhar e chego a casa depois dele e ainda reclama porque é que saí de casa sem fazer as camas ou se por acaso até as fiz, porque é que a cama do filho está mal feita. Ou porque não deixei nada adiantado para o jantar, quando ele até chega a casa do trabalho antes de mim. Depois não gosta deste comer, gosta daquele. Que vida é esta?

- Pois, viver debaixo do mesmo teto não é tarefa fácil e cada vez mais difícil é. Digo-lhe.

- Olha, tu é que estás bem. Não tens satisfações a dar a ninguém. Faças as camas ou não antes de saíres, comes o que quiseres, sais com quem queres. Deixa-te estar assim.

- Mas repara, que eu também não tenho tempo para fazer as camas antes de sair para o trabalho. Tenho-me só a mim e 3 filhos para despachar. E gracejámos com a conversa.


Percebi e consegui compreender perfeitamente o desabafo desta mulher. Afinal, vivemos para quê? Não é suposto viver com alguém que te ajude e que seja teu companheiro? Em que há a partilha das tarefas, o apoio e suporte no dia-a-dia?

Talvez por isso se veja cada vez mais as relações do futuro, em que após um divórcio, há quem arranje um namorado (a) e se mantenham assim ao longo do tempo, mas cada um na sua casa, com a suas rotinas e também com o seu espaço e individualidade. E vendo bem a coisa, há menos chatices por causa do fizeste ou não fizeste aquilo. Há mais saudades e por conseguinte, há mais romance. As cuecas dele (a) só podem ficar no chão ao lado da cama e não podem é permanecer nas gavetas. Só por um fim-de-semana, vá.

Honestamente, cada vez respeito mais este tipo de decisão, porque na realidade é muitas vezes a rotina e as porcarias dela mesma, que vão minando uma relação. E uma vez que eu até já estou habituada a fazer tudo sozinha, não preciso de nenhum homem para me ajudar nas tarefas, nem para me aquecer os pés, porque para isso há a botija de água quente. Como tal, sei cada vez mais que não farei fretes, não quero ser empregada de ninguém, nem aturar "cenas" nem birras de homens mal resolvidos. Para birras, já tenho as dos meus filhos.

Por isso, se tiver de ser, venha de lá pff. um namorado - homem bem resolvido, que não precise de empregada doméstica, que saiba o que quer e que não ande para aqui a brincar ao faz de conta que quer e não quer, que gosta e não gosta, porque a brincar e no bom sentido da palavra, a brincar só nós os dois e com boa vontade.


3 comentários:

  1. nesse aspeto o meu até é um santo - lol - não reclama de nada, e se algo o incomoda, faz ele. =D dele, queixo-me de outras coisas...

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  2. Concordo tanto... Infelizmente deve-se muito, ainda ao machismo, e aos que são criados e habituados assim pelas mães. Acho surreal tendo em conta, o século em que já estamos isto ainda contecer tanto... Muitos são habituados a não fazerem nada, a mãe fazia-lhes tudo e depois, estupidamente, acabam por querer que a mulher seja igual. As mulheres, namoradas, são companheiras, é assim que deve ser. E não criadas deles. E concordo consigo, estes pequenas coisas e discussões, desgastam tanto a relação... Nada bom mesmo. Não há nada como ajudarem-se mutuamente.

    Um beijinho

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  3. Ora agora é que disseste tudo! Eu não conseguia viver como a pessoa que aqui descreveste, era simplesmente impossível, há muito que já não estava a viver com esse "homem".

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Obrigada, pelas suas palavras.